HISTÓRIA - Benjamin Franklin

BENJAMIN FRANKLIN
   
     Benjamin Franklin (Boston, 17 de janeiro de 1706 — Filadélfia, 17 de abril de 1790) foi um jornalista, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e enxadrista estadunidense. Foi um dos líderes da Revolução Americana, conhecido por suas citações e experiências com a eletricidade. Religioso, calvinista, e uma figura representativa do iluminismo.       
     Deixou os estudos aos dez anos de idade e aos doze começou a trabalhar como aprendiz do seu irmão, James, um impressor que publicava um jornal chamado "New England Courant". Em 1758, o ano em que ele deixou de escrever para o almanaque, imprimiu O sermão do pai Abraão, hoje considerado o texto mais famoso da literatura produzida na América nos tempos coloniais. Entretanto, Franklin estava preocupado cada vez mais com os assuntos públicos; fundou a Universidade da Pensilvânia e a sociedade filosófica americana, com o fim de fomentar a comunicação das descobertas entre os homens da ciência. Ele já tinha começado a pesquisa da estática, que o iria ocupar, juntamente com outros temas científicos, com a política e com os negócios, até ao fim da sua vida.
    Franklin realizando o famoso experimento da pipa. Em 1748 Franklin vendeu o seu negócio e, tendo adquirido uma riqueza notável, pôde dispor de mais tempo livre para os estudos. Num espaço de poucos anos fez descobertas sobre a eletricidade que lhe deram reputação internacional. Ele identificou as cargas positiva e negativa e demonstrou que os raios são um fenómeno de natureza elétrica. Franklin tornou esta teoria inesquecível através da experiência extremamente perigosa de fazer voar uma pipa durante uma tempestade, em 1 de outubro de 1752. Nos seus escritos, ele demonstra que estava consciente dos perigos e dos modos alternativos de demonstrar que o trovão era elétrico. Se Franklin fez a experiência, ele não a fez da forma descrita – ela teria sido fatal.
     As invenções de Franklin incluíram o pára-raios, o aquecedor de Franklin - franklin stove (um aquecedor a lenha que se tornou muito popular, debitando uma corrente de ar diretamente na área a aquecer), as lentes bifocais e o corpo de bombeiros norte-americano.
    Franklin estabeleceu duas áreas de estudo importantes das ciências naturais: eletricidade e meteorologia. Na sua obra clássica A história das teorias da eletricidade e do Éter, Sir Edmund Whittaker refere-se à inferência de Franklin de que quando se esfrega uma substância não se cria nenhuma carga elétrica, mas esta é apenas transferida, de modo que "a quantidade total em qualquer sistema isolado é invariável". Esta asserção é conhecida como o "princípio da conservação da carga". E em 1785, Benjamin Franklin criou as primeiras lentes bifocais. A sobreposição de duas lentes na frente de cada olho permitia ao indivíduo enxergar de longe e de perto com um único acessório.
    Como tipógrafo e editor de jornais, Franklin frequentava os mercados dos agricultores para angariar notícias. Um dia notou que a notícia que dava conta de uma tormenta num lugar distante da Pensilvânia deveria se referir à mesma tormenta que visitara Filadélfia em dias recentes. Concluiu que algumas tormentas se deslocam, o que levou aos mapas sinópticos da meteorologia dinâmica, substituindo a dependência única pelos gráficos da climatologia. Em 1751, Franklin e o Dr. Thomas Bond obtiveram o alvará da legislatura da Pensilvânia para estabelecer um hospital. O hospital da Pensilvânia seria o primeiro hospital a ser criado naquela nação nascente que se chamará Estados Unidos da América. 
    Em 1754, Franklin liderou a delegação da Pensilvânia ao congresso de Albany. Este encontro de várias colônias tinha sido requerido pela associação comercial (Board of Trade) inglesa para melhorar as relações com os índios na defesa perante os franceses. Franklin propôs um amplo plano de união para as colônias. Apesar de o plano não ter sido adotado, elementos dele encontraram posteriormente lugar nos artigos da confederação e da Constituição Americana. Na política, Franklin foi um hábil administrador, mas também uma figura controversa: usou sua influência para favorecer familiares. O seu mais notável serviço ao público consistiu na reforma do sistema postal. Ganhou fama de estadista por seus serviços diplomáticos, atuando na ligação das colônias com a Grã-Bretanha e mais tarde com a Rússia.
    Após o retorno à América, Benjamin Franklin tomou parte no caso Paxton, que levou à perda do seu assento na assembleia. Em 1764 foi novamente enviado para Inglaterra como agente das colônias, desta vez a pedido do Rei, para retirar o governo das mãos dos proprietários. Em Londres, opôs-se ativamente à proposta da Lei do Selo (Stamp Act), mas perdeu popularidade por ter assegurado a um amigo o cargo de agente fiscal nos EUA. Nem seu trabalho eficaz no apoio à revogação da lei recuperou sua popularidade. Continuou, porém, seus esforços na defesa das colônias mesmo quando as disputas avançavam para a crise da revolução, o lhe causou conflito irreconciliável com o seu filho, que permaneceu ardentemente leal ao governo britânico. Em 1767, Franklin atravessou o canal até França, onde foi recebido com honra; mas antes do seu regresso para casa, em 1775, perdeu sua posição como ministro dos correios (postmaster), devido ao papel que teve na divulgação em Filadélfia da famosa carta de Hutchinson e Oliver. Na sua chegada a Filadélfia, foi eleito membro do congresso continental e assistiu a redação da Declaração da Independência Americana.
     Franklin conduziu os assuntos de Estado do seu país com tal sucesso, incluindo a importante aliança militar e a negociação do tratado de Paris em 1783, que, quando regressou definitivamente aos EUA, recebeu um lugar meritório na independência americana, apenas superado pelo próprio George Washington. Quando foi chamado a regressar aos EUA em 1785, o rei honrou-o com a encomenda de um retrato pintado por Joseph Siffred Duplessis, que hoje está exposto na Galeria do Retrato Nacional do Instituto Smithsonian em Washington.
    Além de defensor ardoroso da união das colônias inglesas, tinha como princípios os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, sendo também considerado um importante iluminista. Entretanto, suas ideias eram mais radicais do que as da maior parte de seus contemporâneos: criticava a escravidão e tornou-se defensor da abolição dos escravos. 
     Benjamin Franklin também é conhecido pelos seus pensamentos em relação à moral. Refutava a atitude de esbanjar dinheiro e aprovava quem poupava e aplicava o dinheiro nas atividades produtivas. Valorizava o trabalho como atividade indispensável para essa realização, característica marcante da cultura calvinista e do liberalismo econômico.  
    Após seu retorno da França em 1785, Franklin dedicou-se à abolição da escravatura, tendo-se tornado presidente da sociedade que visava a esse fim e à libertação dos negros ilegalmente retidos em cativeiro. Faleceu em 17 de abril de 1790. Encontra-se sepultado no Christ Church Burial Ground, Filadélfia, Pensilvânia nos Estados Unidos.

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