SAÚDE - Doenças transmitidas pela água



Febre Tifóide

Mulher jovem com erupção cutânea.


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Bactérias da Salmonella typhi vista em microscópio.
https://i2.wp.com/www.ageracaociencia.com/wp-content/uploads/2017/02/Salmonella-typhi.jpg?resize=800%2C445


Agente causador: bactéria Salmonella typhi

Transmissão: A principal forma de contágio é pela ingestão de água e alimentos contaminados, mas ocorre com mais frequência em países onde o saneamento é precário ou inexistente. Os alimentos e a água, por sua vez, são contaminados através do contato com urina ou fezes humanas contendo a bactéria. Pode ocorrer um contágio direto pela mão levada à boca em situações de mão suja de fezes, urina, secreção respiratória, vômito ou pus contaminados, mas essa forma de contágio é bastante rara. O ácido gástrico é o primeiro a reagir contra a salmonela, mas a bactéria normalmente resiste a esse ataque e se dirige ao intestino delgado, onde invade a parede intestinal e alcança a circulação sanguínea. A partir do momento em que a salmonela chega à corrente sanguínea, os sintomas começam a aparecer. A salmonela pode entrar em qualquer órgão e se multiplicar no interior das células de defesa. Normalmente, a salmonela invade o fígado, o baço, a medula óssea, a vesícula e o intestino.

Sintomas: doença grave, que apresenta constante febre, alterações intestinais, dor de cabeça, mal-estar, falta de apetite, bradicardia relativa, esplenomegalia, manchas rosadas no tronco do corpo, diarreia e tosse seca, aumento das vísceras e, se não tratada, pode ocorrer uma confusão mental e levar à morte. 

Tratamento: se baseia em antibióticos e processos de reidratação do organismo. Dependendo do quadro clínico do paciente, o tratamento poderá ser feito em casa com medicação oral.

Prevenção: saneamento básico, para que os dejetos humanos não sejam lançados diretamente na natureza, nos rios, lagos. Lavar as mãos com sabão sempre que usar o banheiro e sempre antes de preparar os alimentos. Utilizar sempre água potável e evitar utilizar água de origem desconhecida para beber ou preparar alimentos. Deixar as verduras e alimentos que são comidos crus por 20 minutos em uma solução de água com algumas gotas de vinagre.




Cólera

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Vibrio cholerae visto em microscópio óptico.
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Agente causador: Bactéria do tipo vibrião denominada Vibrio cholerae (vibrião colérico).


Transmissão: ingestão de água e comida contaminada. Indivíduos que não possuem sintomas, mas que possuem a bactéria no intestino podem transmiti-la através das fezes que podem atingir água utilizada para beber, cozinhar e lavar alimentos.

Sintomas: A cólera pode ser benigna com cura espontânea, mas também pode ter evolução rápida, com o paciente indo a óbito em apenas 24 horas. Os sintomas se manifestam após 2 a 3 dias do contágio ou em somente algumas horas. No intestino, a bactéria provoca a produção de grande secreção de líquidos, ocasionando vômitos e diarreia intensa com aspecto de “água de arroz”. Por conta disso, o doente perde muitos líquidos em curto espaço de tempo levando à grave desidratação e morte.

Tratamento: consiste na administração de fluidos com uma solução de reidratação oral (solução de sal, açúcar e água), administração de antibióticos. Existem vacinas (Dukarol e Shanchol) que podem ser utilizadas em áreas endêmicas para diminuir a possibilidade de pegar a cólera.

Prevenção: saneamento básico, para que os dejetos humanos não sejam lançados diretamente na natureza, nos rios, lagos. Lavar as mãos com sabão sempre que usar o banheiro e sempre antes de preparar os alimentos. Utilizar sempre água potável e evitar utilizar água de origem desconhecida para beber ou preparar alimentos. Deixar as verduras e alimentos que são comidos crus por 20 minutos em uma solução de água com algumas gotas de vinagre.





Leptospirose

Bactéria Leptospira vista em microscópio eletrônico.

Agente causador: bactéria Leptospira interrogans

Transmissão: A doença pode ser transmitida através da urina de animais e da água e alimentos contaminados. Os roedores são os principais transmissores da doença para o homem, pois estão em grande quantidade nas cidades e próximos dos habitantes. A bactéria penetra pela pele e mucosas (olhos, nariz e boca). Não há comprovação de transmissão de pessoa a pessoa. No Brasil, a transmissão ocorre principalmente após enchentes, onde há contato com água contaminada com urina de ratos.

Sintomas: A doença pode ser pode ser assintomática. Quando há manifestação dos sintomas, a doença pode regredir espontaneamente de 3 a 7 dias sem deixar sequelas. Os sintomas principais são: febre alta com calafrios, dor de cabeça e dor muscular. Em torno de 15% dos casos há evolução para a fase tardia, com manifestações graves e letais, incluído hemorragias, complicações renais, torpor e coma.

Tratamento: O tratamento é feito a base de antibióticos e muita hidratação do doente. Não devem ser administrados medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS), porque pode aumentar o risco de sangramento. 

Prevenção: Devemos evitar entrar em águas potencialmente contaminadas (provenientes de enchentes), melhorar as condições de saneamento básico das regiões periféricas das grandes cidades, promovendo a coleta de lixo regular e o funcionamento de redes de esgoto e de drenagem de águas pluviais. A população também pode ajudar evitando jogar lixo nas ruas, evitando assim que o mesmo caia na galeria de águas pluviais, entupindo-a.





Amebíase

Forma de cisto do protozoário e a forma livre.

Agente causador: protozoário Entamoeba histolytica


Transmissão: A transmissão ocorre pela ingestão de alimentos e água contaminados com os cistos das amebas. Em populações sem saneamento básico, o homem é obrigado a fazer suas necessidades no ambiente. Se as fezes estiverem contaminadas com o parasito, o ambiente (principalmente a água) se contamina. Esta água contaminada pode ser usada para beber ou irrigar plantações, fechando o ciclo, e infestando outros indivíduos. O período de incubação varia de sete dias a quatro meses. Os ciclos são resistentes e sobrevivem de 20 horas a 30 dias em diferentes meios (água, fezes frescas, massas e laticínios). Os insetos também ajudam a dispersar os cistos da Entamoeba histolytica.


Sintomas: dores abdominais, gases, cólicas intensas, náuseas, vômitos, diarreias, eliminação de sangue e muco com as fezes. São realizados também testes de ELISA que são bem mais sensíveis e específicos do que exames de microscopia, mas ainda não são usados com muita frequência em áreas endêmicas por possuir um custo elevado de realização.

Tratamento: repouso, utilizando uma dieta rica em proteínas e com hidratação constante. A medicação normalmente utilizada é o Metronidazol por 10 dias por via oral. Se o parasita invadir os tecidos, o tratamento deve contemplar todas as áreas afetadas pelo parasita. Ao término do tratamento, as fezes devem ser examinadas novamente para ter certeza de que a doença foi eliminada.


Prevenção: Várias medidas de prevenção podem ser adotadas, dentre elas:
  • proporcionar saneamento básico para toda a população;
  • utilizar sempre que possível água tratada para beber;
  • lavar as mãos antes e após as refeições;
  • lavar bem frutas e hortaliças e deixá-las de molho em uma solução de água sanitária e água (1 colher de sopa de água sanitária para cada litro de água)
  • filtrar e ferver (por no mínimo 20 minutos) água de poço ou rios antes de bebê-las;
  • evitar o contato com fezes humanas;
  • lavar com muita água e sabão se tiver tido contato com fezes humanas.




Esquistossomose

Sintomas físicos da esquistossomose e exemplares do trematódeo.

Agente causador: trematódeo pertencente ao gênero Schistosoma. No Brasil, esta doença é causada pela espécie Schistosoma mansoni.

Transmissão: Os ovos eliminados pelo homem na urina e nas fezes, evoluem para larvas na água de rios, córregos e lagos. Estas, por sua vez, se alojam e se desenvolvem nos caramujos, que posteriormente liberam a larva adulta, que irá penetrar na pele do homem que entra em contato com águas contaminadas.


Sintomas: A doença apresenta a fase aguda e a crônica. Nesta primeira fase, podem aparecer coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse, diarréia, enjôos, vômitos e emagrecimento. A segunda fase (crônica), geralmente apresenta-se assintomática, podem ocorrer episódios de diarréia, alternando-se com períodos de constipação, podendo haver a evolução para um quadro mais grave, com hepatomegalia (fígado aumentado), cirrose, esplenomegalia (aumento do baço), hemorragias derivadas do rompimento de veias esofágicas, e ascite (acúmulo de líquido na região abdominal). Esta ascite é popularmente chamada de barriga d’água.

Tratamento: O tratamento é feito com medicamentos que combatem este parasita. Existem três substâncias capazes de eliminar o S. mansoni, mas a droga de eleição é o Praziquantel.

Prevenção: Uma boa educação sanitária, saneamento básico, controle dos hospedeiros intermediários (caramujos) e informações sobre o modo de transmissão desta doença, são medidas necessárias para a profilaxia e controle desta doença.




Hepatite Infecciosa (Hepatite A)

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Olho amarelado é um dos sintomas da Hepatite.

Agente causador: vírus chamado Vírus da Hepatite A (HAV).

Transmissão: Via fecal-oral ( ingestão ou contato com água ou alimentos contaminados com fezes de pacientes). Pode ocorrer também entre pessoas que utilizam piscinas com água mal tratada e compartilham toalhas ou lençóis contaminados por fezes.

Sintomas: Mal estar generalizado, dores no corpo, dor na parte direita superior do abdome, dor de cabeça, cansaço, falta de apetite e febre, aversão a alguns alimentos e à fumaça de cigarro. Logo após, surgem, tipicamente: coloração amarelada da mucosa e da pele (icterícia); urina escura, semelhante a chá forte ou coca-cola, às vezes, referida como avermelhada; fezes claras semelhante à massa de vidraceiro e coceira pelo corpo que resulta em marcas na pele.



Tratamento: Não há medicação específica. Quando necessário, o médico indica remédios contra enjoo, dor e febre e repouso. Alguns pacientes necessitam de hidratação intravenosa por não conseguirem ingerir água e alimentos, por causa da náusea e do enjoo. Nos casos fulminantes, que são raros, a única forma de tratamento é o transplante de fígado.

Prevenção: Saneamento básico, principalmente, o controle da qualidade da água para consumo humano e sistema de coleta de dejetos humanos adequado. Quando não há saneamento básico adequado, é importante o uso de água tratada ou fervida para fins alimentares, além de seguir recomendações quanto a proibição de banhos em locais com água contaminada e o uso de desinfetantes em piscinas, pois, o vírus da Hepatite A é eliminado juntamente com as fezes na fase de incubação (de 15 a 45 dias) e nos primeiros 10 dias de icterícia. As fezes contaminam a água que, se não for tratada, contamina os alimentos e os utensílios na hora da lavagem, levando a doença a novos indivíduos. Até mesmo no próprio banho, as pessoas podem ser contaminadas pelo vírus da Hepatite A. Outra forma de prevenção é a vacina para Hepatite A, recomendada para todas as crianças a partir de 1 ano de idade e pessoas que viajam para áreas onde a doença é freqüente. É importante vacinar crianças e adultos que vivem em creches, asilos ou prisões, homo e bissexuais, usuários de drogas injetáveis ou não, pacientes com doença hepática crônica, com AIDS ou doenças da coagulação, pois, esse grupo corre alto risco de serem contagiados.





Giardíase

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Fotomicrografia do protozoário Giardia lamblia.



Agente causador protozoário flagelado Giardia lamblia.

Transmissãoingestão dos cistos do protozoário. Os cistos são formas de resistência que os protozoários em geral podem assumir quando as condições ambientais não são favoráveis. Eles são encontrados em águas de córregos e riachos, que por sua vez são utilizados para irrigar pequenas hortas ou mesmo para o consumo de água. Os cistos, quando ingeridos, não são destruídos pelo ácido estomacal, na verdade, ele os estimula a transformarem-se na forma adulta (chamada de trofozoíta).


SintomasUma pessoa infectada por Giárdia pode apresentar inúmeros sintomas, ou mesmo não apresentá-los, constituindo o que se chama de quadro assintomático. Os sintomas são inespecíficos, o que dificulta um diagnóstico clínico. Os sintomas mais comuns são diarreia, cólicas abdominais, flatulência, distensão abdominal, náuseas, eliminação de fezes gordurosas e fétidas e perda de peso. Alguns deles podem ou não estar presentes, mas a diarreia é sempre o mais comum. Em alguns casos mais graves podem surgir sinais de desnutrição. Com a perda das vilosidades a área total de absorção fica consideravelmente reduzida, prejudicando a absorção de diversos nutrientes, principalmente de gordura. Essa deficiência de absorção leva às fezes gorduras e à perda de muitas vitaminas lipossolúveis, ou seja, que precisam estar dissolvidas em gordura para serem absorvidas.

TratamentoO tratamento preferencial é o feito com ornidazol, via oral em dose única. Usa-se 50 mg/kg/dia em crianças e 2g/dia em adultos. O inconveniente é que não há preparação líquida do ornidazol. Outra opção é o tinidazol, também via oral em dose única, utiliza-se a mesma dosagem do ornidazol para crianças e adultos. Apesar de haver preparação líquida, o tinidazol possui um gosto bastante amargo. Se houver caso de alergia à um destes medicamentos, existem como opções a furazolidona, o metronidazol e a nitrimidazina, que são igualmente muito úteis, mas não está ainda devidamente estabelecida a ação de quantidades isoladas dessas substâncias.

Prevenção: Lavar as mãos é a forma mais simples e eficiente de evitar a maioria dos tipos de infecção. Lave as mãos após usar o banheiro ou trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos. Quando água e sabão não estão disponíveis, desinfetantes à base de álcool são uma excelente alternativa. Evite beber água não tratada de poços rasos, lagos, rios, nascentes, lagoas e riachos, a menos que seja filtrada ou fervida por pelo menos 10 minutos a 70°C. Também tente não engolir água ao nadar em piscinas, lagos ou riachos.






Bibliografia
www.infoescola.com.br

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