ÁGUA NO MUNDO




ÁGUA NO MUNDO
      A água não é só uma mera substância química formada por átomos de hidrogênio e oxigênio. Nela surgiu a primeira forma de vida do planeta há milhões de anos; dela o processo evolutivo caminhou até formar nossa espécie e continua a manter toda a diversidade que conhecemos.
3/4 da superfície do nosso mundo são cobertos por água, sendo 97% salgada, e apenas 3% doce. Contudo, do percentual total da água doce existente, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo nas calotas polares e geleiras, parte é gasosa e parte é líquida - representada pelas fontes subterrâneas e superficiais. Já os rios e lagos, que são nossas principais formas de abastecimento, correspondem a apenas 0,01% desse percentual, aproximadamente.
Há 2.000 anos, a população mundial correspondia a 3% da população atual, enquanto o volume de água permanece o mesmo.

   A partir de 1950 o consumo de água, em todo o mundo, triplicou. O consumo médio de água, por habitante, foi ampliado em cerca de 50%. Para cada 1.000 litros de água utilizada pelo homem resultam 10.000 litros de água poluída (ONU, 1993). No Brasil, mais de 90% dos esgotos domésticos e cerca de 70% dos efluentes industriais não tratados são lançados nos corpos d'água.      O volume total da água permanece constante no planeta, sendo estimado em torno de 1,5 bilhão de quilômetros cúbicos. Os oceanos constituem cerca de 97% de toda a água do planeta. Dos 3,6 % restantes, aproximadamente 2,25% estão localizados nas calotas polares e nas geleiras, enquanto apenas 0,75 % é encontrado na forma de água subterrânea, em lagos, rios e também na atmosfera, como vapor d'água.

    O Homem pode passar até 28 dias sem comer, mas apenas 3 dias sem água.
    O gotejamento de uma torneira chega a um desperdício de 46 litros por dia. Isto é, 1.380 litros por mês. Ou seja, mais de um metro cúbico por mês - O que significa uma conta mais alta.

   Um filete de mais ou menos 2 milímetros totaliza 4.140 litros num mês. E um filete de 4 milímetros, 13.260 litros por mês de desperdício.

    Um buraco de 2 milímetros no encanamento pode causar um desperdício de 3.200 litros por dia, isto é, mais de três caixas d'água.

    Na Terra, tudo é mantido graças à presença desse líquido vital: nossas cidades, nossas indústrias, nossas plantações e, mesmo o oxigênio que respiramos, cerca de 70% dele, vem das microscópicas algas habitantes dessa enorme massa formada por rios, lagos e oceanos.


    O volume total de água no planeta é constante e as reservas somam  aproximadamente 1.386 milhões de km3. O volume de água doce representa cerca de 35 milhões de km3, ou 2,52% da quantidade total de água no planeta. Deste volume total, os rios representam 0,00009%, os lagos 0,009% e a água contida na atmosfera 0,0009%. A distribuição de água no planeta não é uniforme, o que produz alterações continentais, regionais e locais no uso dos recursos hídricos, com profundas implicações econômicas. Neste sentido, Gleick (1993), afirma que:

Uma das mais importantes características do ciclo global de água doce (...) é sua desigual distribuição espacial e temporal. Apesar da água ser abundante na média global, nós freqüentemente não a obtemos quando e onde queremos, ou na forma que ela é desejada.

Na Tabela 1 é apresentada a distribuição de água na biosfera, e seu tempo de renovação.

Tabela 1. Distribuição de água na biosfera e tempo de renovação


Local

Volume (km3)

Percentual do total (%)

Tempo de renovação 

Oceanos

1.370.000

97,61

3.100 anos

Calotas polares e geleiras

29.000

2,08

16.000 anos

Água subterrânea

4.000

0,29

300 anos

Água doce de lagos

125

0,009

1-100 anos

Água salgada de lagos

104

0,008

10-1.000 anos

Água misturada no solo

67

0,005

280 dias

Rios

1,2

0,00009

12-20 dias

Vapor d’água na atmosfera

14

0,0009

9 dias

Fonte: R.G. Wetzel, 1983.








Na Tabela 2 é apresentado o consumo de água no planeta desde o ano de 1900, por setor consumidor.

Tabela 2. Consumo de água por setor consumidor.

Setor/consumo anual (km3)
1900

1950

1970

1980

2000

Agricultura

409

859

1.400

1.730

2.500

Indústria

4

15

38

62

117

Municipal

4

14

29

41

65

Reservatório

-

7

66

120

220

Total

417

894

1.540

1.950

2.900

Fonte:Water in Crisis, 1993


O homem tem utilizado, em suas atividades, aproximadamente 2,5 vezes mais água do que a quantidade disponível em todos os  rios do planeta, o que tem obrigado a crescente utilização da água existente nos lagos e em lençóis subterrâneos.

Atualmente, há mais de 1 bilhão de pessoas sem suficiente disponibilidade de água para consumo doméstico (ONU, 1997). Estima-se que, para o século XXI, metade da população mundial sofrerá com a falta de água ou disporá apenas de água insalubre, segundo estudos da Comissão Mundial da Água, como conseqüência da contaminação de rios e mares, do desperdício e da má administração de recursos naturais.

Ao calcular-se a razão entre a quantidade total de água doce em rios e lagos, 126.200 km3, e o volume anual utilizado pelo homem, 2900 km3, obtém-se um tempo de circulação de 44 anos, que é bastante inferior ao tempo de sua renovação em escala global, indicando uma tendência de se tornar um recurso cada vez mais escasso.

A disponibilidade hídrica per capita para os blocos geo-econômicos é apresentada na Tabela 3

 
Tabela 3. Disponibilidade hídrica de água doce per capita e escassez hídrica, para o ano 2000




Bloco

Estimativa -
População Ano 2000
(milhões)

Participação
(%)

Disponibilidade per capita
(m3/ano)

África

790 

13

3.966.

América Latina

508 

8

24.973

Ásia

3.678 

61

4.050

OCDE

1.061 

18

11.196

Mundo

6.037 

100

7.055

Fonte: ONU, 1997.








       Verifica-se que a América Latina apresenta a melhor disponibilidade hídrica do planeta, dispondo de 24.973 m3/hab.ano, valor muito superior à média mundial de 7055 m3/hab.ano. Para os países membros da OCDE, apesar de apresentarem uma boa disponibilidade hídrica per capita, a quantidade e a qualidade dos recursos está bastante comprometida devido a escala atingida pelos processos produtivos industrial e agrícola. A Ásia e parte da África apresentam situação crítica, devido a enorme população concentrada nos países desses continentes.

Inserido neste contexto Latino Americano, o Brasil é um país privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global, dispondo de um volume médio anual de 8.130 km3, que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab.ano. Entretanto, a concentração da população brasileira em conglomerados urbanos, alguns dos quais já se caracterizando como mega-cidades, vem ocasionando pressões crescentes sobre os recursos hídricos.

http://www.projetoagua.dape.net/etaararasquimica.htm

 










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