Novos modelos de sala de aula
Nós professores estamos em constante estudo e aprimoramento. E em uma das minhas pesquisas e leituras, encontrei o texto do professor da USP, José Moram, que publicou na Revista Educatrix um trabalho sobre novos modelos de sala de aula.
Sabemos que o mundo está mudando e que é necessário rever os modelos de educação. Então, vou disponibilizar este trabalho para que todos que procuram novas perspectivas para a sala de aula.
Novos modelos de sala de aula
José Moran
Professor da USP.
Orientador de projetos inovadores na educação
www2.eca.usp.br/moran
Publicado na Revista Educatrix, n.7, Editora Moderna, p. 33-37
"A sala de aula tradicional é asfixiante para todos, principalmente para os mais novos. Está
trazendo pressões insuportáveis para todos: Crianças e jovens insatisfeitos, professores
estressados e doentes, porque há questões mais profundas que exigem novos projetos
pedagógicos. Insistimos num modelo ultrapassado, centralizador, autoritário com professores
mal pagos e mal preparados para ensinar um conjunto de assuntos, que os destinatários – os
alunos – não valorizam. Se não mudarmos o rumo rapidamente, caminhamos para tornar a
escola pouco interessante, relevante, só certificadora. Não basta aumentar o número de horas na escola (período integral) se mantivermos uma
estrutura fragmentada de ensinar cada assunto, matéria, área de conhecimento. Quando
insistimos em melhorar os processos sem mudar o modelo convencional, ele não nos serve
para um mundo que exige pessoas muito mais competentes em lidar com a mudança, com a
complexidade, com a convivência em projetos diferentes e com pessoas de culturas e
formações diferentes. A escola padronizada, que ensina e avalia a todos de forma igual e exige
resultados previsíveis, ignora que a sociedade do conhecimento é baseada em competências
cognitivas, pessoais e sociais, que não se adquirem da forma convencional e que exigem
proatividade, colaboração, personalização e visão empreendedora. A sala de aula se amplia, dilui, mistura com muitas outras salas e espaços físicos, digitais e
virtuais, tornando possível que o mundo seja uma sala de aula, que qualquer lugar seja um
lugar de ensinar e de aprender, que em qualquer tempo possamos aprender e ensinar, que
todos possam ser aprendizes e mestres, simultaneamente, dependendo da situação, que cada
um possa desenvolver seu ambiente pessoal de aprendizagem (PLE) compartilhando-o com
outros e neste compartilhamento, enriquecendo-se mutuamente.
Este novo cenário pressiona o conceito de sala de aula tradicional. Não é necessário ir sempre
a um mesmo lugar para aprender, não precisamos estar sempre com um especialista para
aprender, e mesmo quando estamos num espaço convencional como a sala de aula, podemos
modificar o que acontece nela: a utilização do espaço de diversas formas, a diversificação de
atividades (individuais, grupais e coletivas), as analógicas e as digitais, as de profunda
interação física e as de profunda interação virtual.
É impossível hoje falar das diferentes salas de aula porque o que está mudando é o mundo, o
acesso e compartilhamento de informações e construção individual e coletiva do
conhecimento. Se mudamos como aprendemos a sala de aula, esta nunca será mais a mesma
(mesmo quando não muda de lugar).
As escolas que nos mostram novos caminhos estão mudando o modelo disciplinar por modelos
mais centrados em aprender ativamente com problemas, desafios relevantes, jogos, atividades
e leituras, combinando tempos individuais e tempos coletivos; projetos pessoais e projetos de
grupo. Isso exige uma mudança de configuração do currículo, da participação dos professores,
da organização das atividades didáticas, da organização dos espaços e tempos."
Acesse aqui o artigo: Trabalho na íntegra.
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