GENÉTICA - Telômero
O telômero é uma estrutura que é constituída por repetidas filas de proteínas e DNA não codificadas que compõem as extremidades dos cromossomas. A presença do telômero é notada principalmente nas células eucarióticas uma vez que as células procarióticas formam cadeias circulares portanto sem locais de terminação. No entanto, verificam-se exceções e existem bactérias com DNA linear e que possuem telômero.
Na maioria dos organismos vivos, os telômeros são constituídos por reproduções simples de nucleotídeos. Para se conseguir fazer a distinção do telômero este tem que se encontrar associado. No ser humano estes encontram-se formados pela repetição sucessiva de seis nucleotídeos.
Foi Hermann Joseph Muller que pela primeira vez falou dos telômeros nos anos trinta do século passado. E no ano de 1965 foi Leonard Hayflick que pela primeira vez conseguiu observar o fenómeno de morte celular antes da multiplicação. Na verdade, sempre que se verifica uma divisão celular os telômeros são levemente reduzidos. Dado que os telômeros não têm a capacidade de se regenerarem, a determinada altura do processo os cromossomas não conseguem fazer réplicas de si mesmos e a célula perde desta forma a capacidade de se dividir. Foi em jeito de homenagem a este cientista que se deu o nome de Limite de Hayflick ao comprimento mínimo que os telômeros podem atingir antes de causar problemas na divisão celular.
Outro problema que se pode verificar é que ao acontecer o encurtamento dos telômeros pode haver a supressão de determinados genes indispensáveis à sobrevivência da célula ou pode até acontecer haver alteração de outros genes associados. Se se verificar morte celular antes de as células terem a oportunidade de se poderem dividir não se vai dar a renovação celular e o organismo morre num curto prazo de tempo. Esta morte só vai acontecer quando os telômeros forem consumidos na sua totalidade.
Os telômeros funcionam também como protectores para os cromossomas certificando que toda a informação genética importante do DNA é reproduzida na íntegra quando a célula se duplica. Par além destas funções estes telômeros também têm a habilidade de proteger os cromossomas da deterioração e da translocação robertsoniana. O síndrome de Down é uma espécie bem conhecida e igualmente estudada a nível mundial deste tipo de translocação.
O telômero pode ser visto como um relógio biológico. Isto porque cada vez que a célula se duplica também duplicam os cromossomas mas, na verdade este processo encurta os telômeros. Face a este acontecimento pode-se observar com precisão o tempo de vida de um ser vivo ao analisar a quantidade de telômeros que ainda se encontram nas suas células. Ou seja pode-se determinar quantas vezes as células ainda têm a capacidade de se duplicarem antes da morte.
Se falarmos da clonagem e de telômeros verifica-se outro problema. As clonagens são feitas a partir da transferência nuclear de um ser vivo. As células do clone são cópias de uma célula de um ser vivo já adulto logo com muito menos capacidade de divisão celular e os telômeros já se encontram bastante curtos. Desta forma o tempo de vida de um ser clonado é muito mais curto em comparação com o que nasce de forma natural.
Vejamos agora outro ponto importante, a relação entre os telômeros e a senescência celular. Sabe-se que estes dois se encontram intimamente ligados e os dois relacionados com o ciclo da vida. Se o encurtamento dos telômeros é o que leva à senescência e por conseguinte à morte então a chave da longevidade e da juventude está apenas em conseguir evitar o seu encurtamento.
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